terça-feira, 6 de junho de 2017

Sobre Barros de Alencar e as partidas de tantos e tantas

Em casa ontem, pela tarde, já quase início de noite, quando terminava mais um episódio de Dawson's Creek, minha mãe, com o celular em mãos, perguntou:  
 
"Nossa... Será que é verdade?" 
 
Tratava-se de alguém noticiando a morte de Barros de Alencar, radialista famosíssimo à sua época. 
 
Como desconfio de toda notícia veiculada pelo Facebook, pedi-lhe que me deixasse dar uma olhada. Na verdade, quem havia repostado a notícia era o Roberto Barbosa, cara que cresci ouvindo nas AM's da vida, com quem tive o prazer de trabalhar na emissora onde hoje estou. 


Ou seja, a possibilidade de ser um boato sem fundamento diminuiu consideravelmente. 
 
Barros de Alencar
Coloquei no Google, e a confirmação veio.  
Barros de Alencar faleceu ontem. 
 
Como já disse, cresci ouvindo rádio. 

A primeira memória que tenho sobre isso data lá dos meus 07 anos de idade. Quando ia dormir, adorava quando meus pais deixavam o rádio ligado. Talvez por isso, até hoje, eu ame dormir com barulho. Seja a TV ligada, celular ou rádio mesmo. 
 



Lembro também quando meu irmão estudava bem de manhãzinha, e minha mãe o acordava para que fosse à escola. 
 
Lá estavam o Eli Corrêa, o Paulo Barbosa (ambos da capital de São Paulo), e também o Roberto Barbosa, ele, aqui do Vale do Paraíba. 
 
Mas por quê digo isso tudo?! 
 
Porque a geração que cresci ouvindo está indo embora. E isso também é matéria prima para reflexão. 
Tempos atrás, Jerry Adriani nos deixou. Depois, Belchior. E agora, Barros de Alencar. 
 
Falei pra minha mãe que a vida é assim mesmo. Que a única certeza que temos, quando nascemos, é que um dia retornaremos aonde viemos. 
 
Como católico que sou, acredito que um dia estaremos no lugar ao qual Jesus foi preparar. Não sei qual sua crença, nem sou especialista quanto a esse assunto mas demais religiões, mas tenho pra mim que a maioria de nós acredita que essa vida não acaba, mas se transforma. 
 
Por isso, devemos aproveitar bem o tempo que temos aqui. Vira e mexe comento com alguém sobre como seria se soubéssemos o dia de nossa partida. Acredito que não teríamos paz, pois tentaríamos fazer tudo antes da derradeira data. Sabemos que nem tudo é possível e que  tudo bem. A vida é assim mesmo. 
 
Não vivemos pensando na morte. Até porque, se assim fosse, não teríamos tempo para viver. 
Por isso, quando alguém conhecido nosso, seja da área artística, como foi de ontem pra hoje, seja amigo ou parente (nesse caso, de maneira mais forte ainda), se vai, "lembramos" dessa nossa limitação. 
 
Quando eu pregava (se você chegou hoje e não sabe, participei do movimento da RCC, Renovação Carismática Católica durante 14 anos), sempre dizia que não havia problema em chorarmos quando alguém que nos era caro partia. Que não somos robôs, e que por isso temos todo o direito de sofrermos, de passar pelo luto.  
 
Também dizia que, o verdadeiro termômetro para sabermos se realmente amamos alguém, é imaginar se a pessoa partisse hoje, ou amanhã, e deixasse de existir nesse mundo, conosco. Sofreríamos?! Sentiríamos sua falta?! 
 
Penso muito nisso quando discuto com alguém. Nessas horas, peço a Deus a oportunidade de me reconciliar com tal pessoa, antes que eu ou ela se vá!  
Até agora, graças à Ele, tem dado certo! 
 
Costumo dizer que acredito que morrerei lá pelos meus 114, 115 anos. Não sei por quê, mas tenho essa quase certeza! Tem muita coisa a ser vivida pela frente! 
 
No cinema, há umas estórias que contam de pessoas que tem o dom da imortalidade, e que sofrem ao ver seus queridos e queridas partindo. Se essa possibilidade realmente existisse, creio que não seria fácil pra ninguém mesmo. 
 
Quis falar desse assunto com você, pois é algo que pensei, vendo tantas pessoas que cresci acompanhando o trabalho, principalmente em minha infância. 
 
Sempre é melhor falar e aproveitar a vida. Mas não podemos esquecer que é bom procurarmos deixar uma boa marca nessa terra quando chegar a nossa vez. 

Abaixo, um breve momento da voz do comunicador que nos deixou. Isso era a pura rádio AM!

Deixo o vídeo dos comunicadores da Rádio Jovem Pan, noticiando ontem pela manhã o ocorrido.
 
Que o Jerry Adriani, o Belchior, o Barros de Alencar, e tantos que se foram e foram próximos a nós, descansem em Paz. 



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