Aconteceu que certo dia, o rapaz chegou em seu mestre, e fez a pergunta que há muito tirava sua paz de espírito.
Era verdade que não podia mais deixar para depois. Usara de muitos recursos e maneiras para protelar esse fato, mas não tinha mais como.
Receoso, pediu então uma audiência com o sábio do vilarejo.
O qual o recebeu com toda a atenção.
Falou então dos seus medos e angústias. Questionamentos e dúvidas.
O velho o ouvia com toda a atenção da qual dispunha naquela fria manhã de inverno.
Quando o jovem terminou sua explanação, alguns minutos de silêncio se fizeram ouvir naquela sala.
Eis que o ancião então se dirigiu até o fundo da sala, abriu o armário, e pegou algo que trazia em suas mãos.
Sentou diante do aprendiz, e expôs o artefatos.
Tratavam-se de uma pedra, um tipo de rocha, envelhecida pelo tempo, e uma pena.
Primeiro, o homem começou a explicar sobre a pedra. O que ela oferecia, quais eram suas vantagens.
Depois, começou a explicar da pena. A mesma coisa. Benefícios e vantagens.
Mas deixou claro de que, não importaria qual seria a escolha, sempre haveria uma renúncia.
O mancebo questionou se não poderia optar pelas duas, e o sábio meneou com a cabeça, explicando que na vida, sempre estamos fazendo escolhas e renúncias.
Dói escolher. Dói renunciar.
Mas é o preço que se paga pra viver.
Sempre estamos escolhendo, e sendo escolhidos. Para coisas, pessoas e situações.
Devemos saber escolher entre a pedra e a pena.
Certamente tiraremos os benefícios de uma ou de outra.
Mas é certeza também de que sempre estaremos renunciando uma ou outra.
Até porque precisamos ser fiéis às escolhas que fazemos, por mais dolorido que isso possa parecer.
Obviamente, quem não está na nossa pele, quase sempre questionará o por quê de termos escolhidos o "B" e não o "A". Afinal, é o que mais as pessoas gostam de fazer. Opinar naquilo que muitas vezes não são chamadas.
Sim. É verdade que muitas vezes, certas opiniões nos são caras, mas isso quando as mesmas são solicitadas! O que geralmente pedimos à pessoas nas quais confiamos.
Certa vez alguém disse que o que as pessoas pensam a nosso respeito, é problema delas!
Gosto dessa linha de raciocínio!
Bem ou mal, massageando o ego ou não, é uma grande verdade.
O que podemos fazer é agradecer aqueles e aquelas que, de uma maneira ou de outra, que nos cercam, fazem de nós pessoas melhores. Que nos fazem enxergar a vida pelo prisma da felicidade!
Mesmo que as escolhas doam.
Até porque crescer, faz parte desse processo.
Dolorido.
Mas necessário.
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