quinta-feira, 16 de julho de 2015

Libertação.

Estampado na porta, o número 7.
Número da perfeição, diziam eles.
Sim, poderia ser. Pra ela.
O quarto é dela. Ali, está só.
É o seu mundo. Solitário mundo. Mas seu.
É um quarto velho, como velhos são seus sentimentos.
Simples, sem muitas coisas.
Não se preocupou em juntar tanta coisa.
Sempre se preocupou mais com quem estava do seu lado, esquecendo de si mesmo.
Ali, sentia a beleza da liberdade! De poder ser quem é, sem julgamentos, sem pensamentos exteriores.
Apenas entrega-se à paixão, sem se preocupar com o quê diriam, ou pensassem.
Já havia agido a vida inteira assim. Hora de começar algo novo.
A decisão e estar diante da janela, é sua. De se jogar na vida também.
Resolveu trancar a porta do seu coração, jogando a chave fora.
Se alguém iria encontrar ou não, já não importava mais, contanto que sua sede e fome de felicidade fosse saciada, sem depender de terceiros.
Além do mais, ninguém se importava, e ela sabia disso.
Decidiu que não seria mais presa. Teria a liberdade recuperada, revigorada.
Foi se despedindo da vida antiga, mesmo se debatendo para se livrar do antigo alguém que havia sido.
Haveria de dar resultado.

Querendo abrir os seus olhos, a sociedade e a realidade que a cercavam quase a afogaram. 
Faltou pouco pra isso. Mas ela, mesmo que convalescente, decidiu ir em frente.
Despede-se então, apontando para a vida, e dizendo que não aceita mais o passado.
A realidade seria diferente.
Num grito silencioso, que ninguém ouvia, por se manterem ocupados às suas preocupações, tornou-se ela livre, ao som da música, considerada uma louca.
Mas e daí?
Somos loucos de uma geração que não encontra motivos para ser normal.

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