quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O maravilhoso privilégio de fazer alguém sorrir!


Ainda olhava para o chão, quando uma mão tocou seu queixo, esforçando para levantá-lo.
Mas com toda a ternura.

Ela levantou o rosto, mas fechou os olhos.
E ele não insistiu para que os abrisse.
Apenas enxugou a tristeza que insistia em escorrer no estado líquido.
Fez-lhe um carinho nos cabelos, ouviu o silêncio que brotava do coração dela e o soluço que baixinho, ainda existia.
Começou a dizer então, quando aqueles lindos olhos tristes começaram a fitá-lo:

"Quanto ao quê passou, eu nada mais posso fazer. Só quem passa pelo sofrimento é que sabe o tamanho da dor e do estrago que ele causa.
Mas olha... À partir de hoje, tudo será diferente! Tô aqui contigo! Se você chorar, que seja de alegria!
Minha missão? Não! Não é missão!
É privilégio!
Fazer brotar nesse rosto um sorriso, todos os dias!
É claro... As dificuldades chegarão...
E a galope! Mas estaremos juntos, cuidando dos detalhes um do outro!
Hoje, eu quero proporcionar essa força pra você! Talvez um dia, nós estaremos de lugar trocado, e aí será a sua vez de me apoiar! Mas hoje, não se preocupe!"


Ela chorava. Ainda mais do que antes. Mas ele sabia que era um choro de liberação. De libertação.
Ela precisava daquele cuidado.


Ele já estava sentado, junto dela.
Puxou-a para mais perto de si, colocando a cabeça dela, apoiada em seu peito.

Queria dizer mil coisas. Queria dar certeza à ela de tanta coisa.
Mas sentiu que era momento de silenciar. O silêncio do coração que agora havia surgido, era o melhor pros dois.

A chuva continuava.
Mas o calor do jovem rapaz a aquecia. Não mais sofria pelo frio que o clima proporcionava, e nem pelo frio que as pessoas a fizeram sentir.

Agora, era diferente!
Uma leve esperança começou a despontar lá dentro do seu coração adolescente-quase-adulta.
"Não sou perfeito, viu?" - disse o menino.
"Mas com você, quero trilhar um caminho que será só nosso! E a gente vai chegar lá! Não sei como, mas a gente descobre juntos!"
Quase sem forças, ela sussurrou um "obrigada" quase imperceptível, que ouviu mais com o coração do que com seus ouvidos.

Privilégio ter alguém assim.
Privilégio ser alguém assim.


Com tantas incertezas.
Mas com todas as possibilidades e com todas as probabilidades que só o amor poderia construir.

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